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Showing posts from May, 2009

Sobre conto de fadas

"Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a gente acorda E diz: 'Era só um conto de fadas...' E a gente sorri de si mesma. Mas, no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida. " Antoine de Saint-Exupéry O amor do Pequeno Príncipe - Cartas a uma desconhecida

Estamos com fome de amor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão" . Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida? Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha

Quanto vale o amor?

Não pense, com essa pergunta que refiro-me ao meu, ou ao seu amor. Tente imaginar-se distante de todo seu mundo e avalie. Quantos sonhos perdidos devem ser pagos por ele? E o “quase”? Quantas vezes deve ser ignorado? De quais adaptações devemos nos esquivar? O que deve ser evitado para avaliar de forma isenta seu verdadeiro valor? Poderia formular tantas outras perguntas que chego a acreditar que esse texto não teria fim, caso consideremos o amor eterno – em sua essência. Mas prefiro me ater somente a poucos detalhes. Quanto tempo passamos sonhando em relacionamentos platônicos, sem perceber que alguém se esforça em manter nossos pés no chão insistindo em ter as mãos estendidas para caminhar conosco? Recebemos proteção e verdade – esta última independente de mostrar-se agradável ou não aos nossos olhos. P assamos uma vida inteira no conforto daquele amor que negamos , buscando aquele outro que é – e não somente “parece” – impossível aos nossos olhos. Seja por interesses diferentes, se

Placas

Hoje parei para pensar na direção que tenho seguido. Percebi que por muito tempo andei na direção errada, depois de ter feito minha opção. Quando retornei ao ponto em que estava no momento de minha escolha, percebi que trazia comigo uma mochila repleta de lembranças que colhi pelo caminho que me transformaram na pessoa que sou hoje. Prefiro não dispensar nada, como também escolho não me deixar tatuar por nenhuma delas. Nunca sei quando algum erro se fundirá num acerto e servirá diretamente para meu crescimento pessoal. Penso que esta seja a forma mais importante de não neutralizar as experiências – boas ou ruins. Contudo o mais interessante disso tudo foi o que vi depois que retornei. Notei que neste “recomeço” de caminhada, encontrei pessoas diferentes pelo caminho. Algumas perdidas em seus próprios passos. Solitárias no meio da multidão. Procurando uma direção seja ela qual for. Buscando atalhos que exibem a qualquer míope uma placa de “Sem Saída” logo adiante. Pessoas cobertas de li

Educação para o divórcio

Estou lendo " O Quebra-Cabeça da Sexualidade ", do professor espanhol José Antonio Marina. No livro, o autor diz que considera preocupante que os jovens estejam recebendo dos pais a experiência do fracasso amoroso. Ao ver a quantidade de casais que se separam, a garotada vai perdendo a expectativa de ter, no futuro, uma relação saudável e sem conflito. Desencantam-se. Creio que esteja acontecendo mesmo. Hoje o casamento já não é a ambição número 1 de muitos adolescentes, e um pouco disso se deve à descrença de que o matrimônio seja uma via para a felicidade. Se fosse, por que tanta gente se separaria? O casamento tem sofrido tanta propaganda negativa que é preciso uma reação da sociedade: está na hora de passarmos a idéia, para nossos filhos, de que uma relação não traz apenas privações, tédio e brigas, mas traz também muita realização, estabilidade, parceria, intimidade, gratificações. Casar é muito bom. Como fazê-los acreditar nisso, se as estatísticas apontam um cresciment

[in]Visível

No dia em que deveria conceder, ganhou. Nas horas em que deveria escutar, proferiu. Nos minutos em que deveria exprimir, emudeceu. Nos segundos em que desejou aproximar, apenas fez alguns rascunhos... Era uma menina invisível que habitava seus sonhos. Tinha ouvido sua voz e percebido seus traços desenhados com perfeição. A sensibilidade dela – porque era invisível – não era palpável. Mas estranhamente ele podia a tocar; invadiu sua vida sem pedir licença. Não dera muita importância para seu sorriso. Acreditava não ser para si. No meio de uma viagem, parou na estrada e teve a impressão contrária. Mas a ponte que unia os caminhos era a menina: invisível. “Desculpe incomodá-la... Só queria lhe dar bom-dia!”, repetia. Era um ‘bom dia’ carregado de palavras que lhe atropelavam a garganta. Um vocabulário de sentimentos que desciam de sua mente e, Ao invés de chegarem à boca, escondiam-se em sua essência. Teve medo de perder da mente suas feições, e por isso fez um pacto consigo: De agora em

Veja bem...

Veja bem meu Bem. Sinto te informar que arranjei alguém pra me confortar. Este alguém está quando você sai. Eu só posso crer, pois sem ter você nestes braços tais. Veja bem Amor. Onde está você? Somos no papel mas não no viver... Viajar sem mim; me deixar assim; tive que arranjar alguém prá passar os dias ruins... Enquanto isso navegando eu vou sem paz. Sem ter um porto - quase morto -, sem um cais. E eu nunca vou te esquecer Amor, mas a solidão deixa o coração neste leva e trás. Veja bem além destes fatos vis. Saiba: traições são bem mais sutis. Se eu te troquei não foi por maldade... Amor, veja bem, arranjei alguém chamado saudade . Marcelo Camelo

Test Drive para o Amor

Existem muitas maneiras de duas pessoas apaixonadas se conhecerem melhor: irem juntas ao cinema, saírem para um chope, passearem de bicicleta, fazerem festa com os amigos, motel... É a programação clichê da maioria dos namorados. Mas será que isso basta para conhecer alguém? Um homem e uma mulher podem tomar quatrocentos litros de chope juntos e continuarem sabendo muito pouco um do outro. Uma coisa é saber o que ele pensa , e isso pode ser feito numa mesa de bar. Outra é saber como ele é , e isso requer mais intimidade, e não é de sexo que se está falando. É de convivência 24 horas. Como descobrir, antes de casar ou morar junto, se ele ronca, se ela demora no banho, se ele usa fio dental, se ela acorda de mau humor, se ele sabe lidar com o inesperado, se ela é mesmo independente? Pegando a estrada. Viajar juntos é o grande teste para um casal. Passar alguns dias acampando, ou num hotel, numa casa alugada, não importa onde, desde que seja um território neutro onde se posssa repartir os